PRIMEIRA CARTA DE YOCHANAN (JOÃO)
1 JOÃO 1
1. Anunciamos-vos o que era desde o princípio, o que ouvimos e vimos com os nossos olhos, contemplamos e apalpamos com as nossas mãos, o que é a Palavra da Vida.[***1] 2. E a vida se manifestou, e nós vimos e testificamos e anunciamos a vocês a vida que é eterna; que estava com o Pai e nos foi revelado. 3. E o que vimos e ouvimos, também vos fazemos saber para que tenhais comunhão conosco; e nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Y'shua o Mashiyach. (2) 4. E estas coisas vos escrevemos, para que a nossa alegria em vós seja completa. (3) 5. E este é o anúncio que dele ouvimos e vos anunciamos, que Elohim é luz e nele não há treva alguma. 6. E se dissermos que temos comunhão com ele e andamos nas trevas, somos mentirosos e não andamos na verdade. 7. Mas se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros e o sangue de Y'shua, seu Filho, nos purifica de todos os nossos pecados. 8. E se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. 9. Mas se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a nossa iniqüidade.[***2] 10. Se dissermos que não pecamos, fazemos dele um mentiroso e sua palavra não está conosco.
[***1][“a Palavra da Vida” ver (João 1:1; 1:2; 1:14; 1João 2:13-14; Lucas 1:2; Filipenses 2:16; Apocalipse 19:13; A Bíblia Israelita (Verdadeiro Nome 3ª e 4ª Edição) traz o seguinte texto: “Aquele que era desde o Beresheeth, O que nós temos ouvido, que nós temos visto com nossos olhos, O que nós contemplamos, e O que nós tocamos, vos declaramos que Ele é a Torah da chayim.”; Para adquirir o exemplar da 4ª edição da Bíblia Israelita Verdadeiro Nome acesse: https://www.verdadeironome.com.br ]. [***][ ] grifos do autor da tradução para o português.
1 O uso de “nós” é provavelmente João referindo-se a outros Élderes e Apóstolos na Fé que revisaram ou sancionaram a carta. Era comum até mesmo para os “pilares”, como Rav Shaul se referia a alguns deles, apelar aos Doze como um todo para certificar a halakha adequada ou relatar eventos como eles realmente aconteceram. É também uma “impressão digital” chave da escrita de João, pois ele fez isso antes (João 21:24). Veja também a nota de rodapé em (3 João 1:12).
2 Como em As Boas Novas Segundo João, Yochanan bar Zawdee (Shaliach/Apóstolo João) escreve com um talento poético que quebra as convenções gramaticais e marca seus textos como um original aramaico e como uma criação única que só poderia vir de sua caneta. A primeira frase das Boas Novas começa com quatro palavras que “quebram todas as regras” para fazer um ponto espiritual sobre todos os atributos divinos que repousam sobre o Mashiyach, que revisaremos brevemente aqui para facilitar a comparação com sua Primeira Epístola: Breshit aytohi hwa Miltha: - No Princípio era o Miltha. Mais uma vez, temos o inusitado – e inédito – acasalamento de dois termos masculinos (lá, havia) com um substantivo feminino miltha,[***] (palavra). Esse uso é tão único que constitui uma impressão digital literária para o estilo de João, pois não aparece em nenhum outro lugar na Aliança Renovada ou em qualquer literatura aramaica/síria conhecida, com exceção daquelas obras que se baseiam diretamente em João. Paulo nunca quebra essa regra gramatical, e o mesmo pode ser dito de Pedro, Tiago e Yehuda. No entanto, na primeira linha de sua carta aqui, João deixa claro que ele está voltando para ensinar: “Aquele que estava conosco desde o princípio, aquele a quem ouvimos e vimos com nossos próprios olhos, o olhou e tocamos com as nossas mãos, nós vos declaramos que é a Palavra da Vida” (1 João 1:1 Lamsa). Assim como as palavras de abertura das Boas Novas, João novamente reúne um incrível grau de profundidade espiritual em poucas palavras. O primeiro aspecto é a construção poética exata; só que é um verbo masculino e um substantivo feminino que tem essencialmente o mesmo efeito (aytohi miltha). Os paralelos continuam com a palavra B'resheet (desde o princípio), que se encaixa com as primeiras linhas tanto de suas Boas Novas quanto da de Gênesis. De fato, se compactarmos este texto ainda teremos a frase: “desde o princípio era o Verbo”. Talvez a maior comparação seja com a declaração fundamental da própria Torá: Shema Yisrael YHWH Eloheinu, YHWH echad. (Ouve, ó Israel, YHWH é nosso Elohim, YHWH é um.) Se examinarmos várias traduções deste texto, surge um padrão interessante. Alguns traduzem isso como “o que ouvimos e vimos”, em oposição ao “Aquele que ouvimos e vimos” de Lamsa. Por quê? A resposta é que esta frase na primeira linha das Boas Novas de João (eykhadaya) está implícita em aramaico. Escolhendo uma tradução literal, usando a palavra o que aqui dá uma leitura que poderia remeter à verdade, um preceito, um ensinamento, etc. Lamsa tem uma visão diferente, apontando perceptivamente que há apenas um “Quem” que tem sido desde o princípio, e esse mesmo Indivíduo é a Palavra da Vida. A “Palavra” então não é um conceito nem um ensinamento, mas um Ser todo-poderoso. No entanto, o que não está totalmente errado; O inglês tem duas maneiras de expressar “quem”, mas o aramaico só tem uma. É tão correto dizer, por exemplo, “o homem que foi bom para mim” quanto dizer “o homem que foi bom para mim”. Eu sou a favor da tradução de Lamsa, Elohim é um Quem ao invés de um Isso e, claro, Ele é o único que existia antes da criação. Além disso, é nessa singularidade que encontramos a ideia de “O Único” (eykhadaya) olhando para nós por inferência sutil. Esses detalhes mostram, conceitualmente, a ligação entre o aramaico (1 João) e a declaração Shema de (Deuteronômio 6:4). No Shema, Israel está sendo solicitado a ouvir; em 1 João, os membros de Israel respondem ao que ouviram. Da mesma forma, o Shemá proclama que Elohim é UM (echad).[***] O aramaico em (1 João) reflete isso com “eykhadaya” implícito. De fato, “Aquele a quem ouvimos” reflete forte e claramente a mentalidade aramaica de João. É simplesmente uma conexão indicativa de uma mentalidade semítica, da mesma forma que (Isaías 26:3) usa a frase shalom shalom (perfeita paz). [***][“Miltha” ou “Melta”; A manifestação de YHWH na forma de Yeshua é bastante visível nas boas novas de Yochanan (João), caso seja compulsado o texto à luz das línguas semitas. O que Yochanan queria dizer a seus compatriotas israelitas quando escreveu “no princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Elohim, e a Palavra era Elohim”? Tanto na Peshitta quanto no Siríaco Antigo foi usada a palavra “Melta” - - Texto da Peshitta de Yochanan/João 1:1:Tradução: “No princípio era MELTA, e MELTA estava com Elohim, e MELTA era Elohim”. De acordo com as lições dos aramaicistas Paul Younan e Andrew Gabriel Roth, o vocábulo “Melta” possui vários significados, e todos são possíveis de aplicação em Yochanan/João 1:1. “Melta” pode ser traduzido como “palavra”, “manifestação”, ou “substância” (Aramaic English New Testament, 4ª edição, página 23, nota de rodapé nº 2). Releia-se o texto com os três significados admissíveis: “No princípio era A PALAVRA, e A PALAVRA estava com Elohim, e A PALAVRA era ELOHIM”. “No princípio era A MANIFESTAÇÃO, e A MANIFESTAÇÃO estava com Elohim, e A MANIFESTAÇÃO era ELOHIM”. “No princípio era A SUBSTÂNCIA, e A SUBSTÂNCIA estava com Elohim, e A SUBSTÂNCIA era ELOHIM”. Ou seja, a Palavra (Yeshua) é a manifestação e a essência de YHWH: Peshitta: Tradução: “E A PALAVRA (manifestação/essência) se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, a glória do Unigênito (Único) que veio do Pai e que é pleno de graça e verdade.” (Yochanan/João 1:14). No aramaico, “o Unigênito” (יחִידָיָא) é um termo poético que literalmente significa “o Único”, e serve para contrastar “o Elohim invisível do Elohim nascido” (Aramaic English New Testament, Andrew Gabriel Roth, Netzari Press, 4ª edição, página 232, nota de rodapé nº 232; e Lexicon to the Syriac New Testament, William Jennings, Oxford University Press, 1926, página 94). Com este conceito em mente e recapitulando Yochanan 1:14, conclui-se que a Palavra é a manifestação/essência de YHWH, e por isto é chamada de “o Único” (Unigênito). E mais: “o Único” (Yeshua) possui “glória” e é “cheio de graça e verdade”, atributos estes que são exclusivos de YHWH: “... YHWH é Elohim misericordioso e compassivo, lento para irar-se, cheio de graça e verdade.” (Shemot/Êxodo 34:6). “... E a minha glória não darei a outrem.” (Yeshayahu/Isaías 48:11).
As Escrituras são claras e contundentes: 1) só YHWH possui glória e é cheio de graça e verdade; 2) Yeshua detém glória e é cheio de graça e verdade; 3) resultado: Yeshua é YHWH. Em suma, ao se valer da palavra “Melta” (Jo 1:1 e 14), os leitores de Yochanan (João) entenderam perfeitamente que Yeshua é o ETERNO que havia se manifestado em carne, uma vez que o emissário (“apóstolo”) utilizou um linguajar de fácil compreensão para os israelitas do primeiro século. Além de “Melta”, existe outro verbete aramaico de similar sentido: Memra. “Memra” (מימרא) é sinônimo do vocábulo hebraico “Davar” (דבר), ambos denotando “Palavra”, título constantemente usado por Yochanan (João) para designar Yeshua (ex: Jo 1:1-14). Então, Yeshua é o “Memra” (“Palavra”), assim definido por David Stern: “... um termo técnico e teológico usado pelos rabinos nos séculos antes e depois de Yeshua, quando tratavam da expressão de Deus a respeito de si mesmo.” (Comentário Judaico do Novo Testamento, ed. Atos, 2008, página 180). Então, quando a B’rit Chadashá chama Yeshua de “Palavra” (Memra), está se referindo a “Deus a respeito de si mesmo”, isto é, Yeshua é uma emanação de Elohim. Gershom Scholem define Memra como: “uma força permanente, uma realidade no mundo da matéria ou da mente, um eminente aspecto de Deus que sustenta todas as coisas com sua onipresença.” (On the Mystical Shape of the Godhead: Basic Concepts in the Kaballah, páginas 181-182). O vocábulo “Memra” também é corrente nos Targumim e, conforme a Jewish Encyclopedia, denota: “A Palavra”, no sentido da palavra criativa ou diretiva, ou da fala de Deus manifestando Seu poder no mundo da matéria ou da mente; um termo usado especialmente no Targum como um substituto para ‘o SENHOR’ [YHWH] quando uma expressão antropomórfica é evitada. (...) “No Targum, Memra figura constantemente como a manifestação do poder divino...” (Jewish Encyclopedia, verbete “Memra”). Ou seja, em situações antropomórficas(*89) descritas na Torá, o Targum usa “Memra” (“Palavra”) como sendo sinônimo de YHWH, substituindo o tetragrama por “Memra”. [ (*89 - Antropomorfismo se refere a situações em que são atribuídas características humanas a YHWH, tais como “a mão de YHWH”, “o braço de YHWH”, “os olhos de YHWH” etc. Com efeito, YHWH não é homem, razão pela qual não possui corpo físico. Daí, os casos de antropomorfismo representam metáforas, uma tentativa de expressar a incognoscibilidade por meio de conceitos humanos) ]. Tendo em vista que a literatura targúmica está no mesmo contexto histórico e social dos escritos da B’rit Chadashá, entende-se que “Memra” foi um conceito com idêntico sentido em ambas as obras literárias. Conclusão:
1) Memra significa YHWH;
2) Yeshua é chamado de Memra;
3) consequentemente, Yeshua é YHWH.
Para os netsarim (nazarenos), esta conclusão era óbvia e evidente por si mesma. Substitua “Palavra” (Memra) por YHWH: “No princípio era MEMRA [YHWH], e MEMRA [YHWH] estava com Elohim, e MEMRA [YHWH] era ELOHIM. (...) “E MEMRA [YHWH] se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, a glória do Unigênito (Único) que veio do Pai e que é pleno de graça e verdade.” (Yochanan/João 1:1 e 14). Agora, mister se faz analisar os manuscritos targúmicos, colimando-se melhor compreender “Memra” à luz da mentalidade israelita da época do Mashiach. Seguir-se-á, em grande parte, as lições(*90) do rabino ortodoxo Tzvi Nassi (1800 a 1877 D.C), que reconheceu Yeshua como Mashiach, tendo lecionado na Universidade de Oxford. [ (*90 Dentre os inúmeros livros do rabino, destaca-se a monumental obra “The Great Mystery or How Can Three Be One?”, escrita em 1863 ]. A prova de que “Memra” (Palavra) é sinônimo de YHWH se extrai da comparação dos textos da Torá e do Targum Yerushalayim:
Lendo a Torá, verifica-se que YHWH fez cair fogo e enxofre “da parte YHWH”, ou seja, são mencionados 2 (dois) YHWH, porém, o ETERNO é um (echad), conforme a prescrição da própria Torá (Dt 6:4). Então, depreende-se que são duas manifestações distintas do mesmo YHWH. No quadro acima, o Targum substituiu “YHWH” por “Palavra de YHWH”, demonstrando que “a Palavra” (Memra) é YHWH, e não outra pessoa. Explica o Targum que a Palavra de YHWH é quem criou o homem e o mundo:
Capta-se que a Palavra de YHWH é usada como sendo o próprio YHWH, o Criador de todas as coisas. Por tal razão, a “Palavra” não é a “emissão de um som” ou “um texto escrito”, mas sim uma pessoa, dotada de vontade e razão. O Targum Yerushalayim também substitui “YHWH” por “Palavra de YHWH” para demonstrar que foi esta quem se revelou a Moshé (Moisés) no Sinai: “E a Palavra de YHWH disse a Moshé: Eu sou Aquele que falou para o mundo: Exista! E ele existiu. E Aquele quem no futuro diz: Seja! E então será. E ele disse: Assim falarás aos filhos de Yisra’el, EHYEH [Eu Sou ou Eu Serei] enviou-me a vós.” (Targum Yerushalayim; Shemot/Êxodo 3:14). No Targum Onkelos, Avraham (Abraão) creu na Palavra de YHWH: “E foi na Palavra de YHWH que Avraham creu, e isso lhe foi creditado como justiça.” (Targum Onkelos sobre Bereshit/Gênesis 15:6). Além de crer, Avraham (Abraão) orava em nome da Palavra de YHWH: “E Avraham orou em nome da Palavra de YHWH, e disse: Tu és YHWH que vês, mas que não pode ser visto...” (Targum Yerushalayim sobre Bereshit/Gênesis 22:14). Infere-se que Avraham orava em “nome da Palavra”, e a B’rit Chadashá ensina orar “em nome de Yeshua” (Jo 15:16). Já que Yeshua é identificado como a Palavra (Jo 1:1 e 14), orar “em nome de Yeshua” equivale ao conceito semita de orar “em nome da Palavra”, e isto demonstra que os netsarim não escreveram nada de novo, mas se valeram de um conceito israelita já existente. Se não bastasse, o Targum citado explica que a Palavra de YHWH é YHWH em pessoa, que não pode ser visto. Então, fica claro que um “aspecto” do ETERNO é invisível aos homens, mas existe um outro “aspecto” que é visível, qual seja, o Mashiach: “Ele é a imagem visível do Elohim invisível” (Cl 1:15). Enquanto a Torá afirma que o patriarca Ya’akov (Jacó) fez um voto com YHWH, o Targum ensina que Ya’akov firmou um voto com a Palavra de YHWH: “E Ya’akov fez um voto: Se a Palavra de YHWH me ajudar e me guardar na estrada pela qual eu viajo, dando-me pão para comer e roupas para vestir, para que eu volte para a casa de meu pai em paz, então a Palavra de YHWH será o meu Elohim.” (Targum Onkelos acerca de Bereshit/Gênesis 19:20-21). Da mesma forma, segundo o relato do Targum Onkelos, David exortou o povo a depositar sua fé na Palavra de YHWH: “Confie na Palavra de YHWH em todos os tempos, ó povo da Casa de Yisra’el.” (Targum Onkelos de Tehilim/Salmos 62:9; versão cristã: Sl 62:8). É da sabença de todos que a Torá foi entregue ao povo de Yisra’el por YHWH. Declara o Targum que o Legislador do Universo é a Palavra de YHWH, quem deu a Torá: “E a Palavra de YHWH falou todas estas palavras gloriosas.” (Targum Yerushalayim de Shemot/Êxodo 20:1). Moshé (Moisés) nunca adorou nenhum ser, exceto a Palavra de YHWH (Targum Yerushalayim de Bemidbar/Números 10:35-36). Após o ETERNO retirar o povo do Egito, abrir e fechar o Mar Vermelho, consta da Torá que “o povo temeu a YHWH, e eles creram em YHWH e em Moshé, seu servo” (Shemot/Êxodo 14:31). Este texto é parafraseado por Onkelos da seguinte maneira: “E eles creram na Palavra de YHWH, e na profecia de Moshé, seu servo.” (Targum Onkelos acerca de Shemot/Êxodo 14:31). Deve ser obedecida a Palavra de YHWH como sendo YHWH em pessoa: “E se ouvires a Palavra de YHWH, para guardar todos os mandamentos que eu hoje ordeno, YHWH te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a Palavra de YHWH teu Elohim.” (Targum Onkelos sobre Devarim/Deuteronômio 28:1-2). A aliança firmada por YHWH com os patriarcas teve como mediadora a Palavra de YHWH: “E disse Elohim a Noach [Noé]: Este é o sinal da aliança que tenho estabelecido entre Minha Palavra e entre toda a carne que está sobre a terra.” (Targum Onkelos de Bereshit/Gênesis 9:17). “E estabelecerei a minha aliança entre a Minha Palavra e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Elohim, e à tua descendência depois de ti.” (Targum Onkelos de Bereshit/Gênesis 17:7). A salvação do homem depende da Palavra de YHWH: “Pela Tua Palavra... pela tua salvação minha alma espera.” (Targum Yerushalayim de Bereshit/Gênesis 49:18). “Yisra’el será salvo pela Palavra de YHWH com a salvação eterna. (...) Pela Palavra de YHWH toda a semente de Yisra’el será justificada, e [pela Palavra de YHWH] eles encontrarão glória.” (Targum Yonatan de Yeshayahu/Isaías 45:17 e 25). “Porém eu terei misericórdia da Casa de Yehudá (Judá), e Eu [YHWH] os salvarei pela Palavra de YHWH, o seu Elohim.” (Targum Yonatan de Hoshea/Oséias 1:7). Ante todo o exposto e à guisa de conclusão, podem ser compendiados os ensinos nas seguintes proposições:
Memra (Palavra), na literatura targúmica, é sinônimo de YHWH;
a Palavra criou o Universo e o homem;
a Palavra revelou-se a Moshé (Moisés) no monte Sinai;
Avraham (Abraão) creu na Palavra;
Avraham orava em nome da Palavra;
Moshé (Moisés) adorou a Palavra;
a Torá foi entregue no Sinai pela Palavra;
devem ser obedecidas as palavras da Torá entregues pela Palavra;
as alianças foram firmadas com os patriarcas pela Palavra;
David tinha fé na Palavra;
a salvação do homem depende da Palavra.
Em suma: a) “a Palavra” é sinônimo de YHWH; b) Yeshua é chamado de “a Palavra”; c) logo, Yeshua é YHWH. Quando Yochanan (João) chamou Yeshua de “a Palavra” (Jo 1:1-14 e Ap 19:13), levou em conta todos os conceitos apresentados, valendo-se de um termo notório para os israelitas do primeiro século. Então, o público-alvo de Yochanan não teve dúvida de que Yeshua é YHWH que se fez carne. Texto retirado do livro “JUDAÍSMO NAZARENO: O CAMINHO DE YESHUA E DE SEUS TALMIDIM” por Tsadok Ben Derech: Para ler e adquirir a obra completa de Tsadok Ben Derech acesse o site: https://clubedeautores.com.br/livro/judaismo-nazareno ]; [***][ “ECHAD”: As Escrituras proclamam objetivamente que o ETERNO é UM (echad), e não três (Devarim/Deuteronômio 6:4; Yochanan Marcus/Marcos 12:29). O consectário desta assertiva refuta a Doutrina da Trindade, que ensina incorretamente que “Deus consiste em três Pessoas divinas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo” (Bíblia de Estudo Plenitude, 2001, pg. 1373). O ETERNO é UM, isto é, uma Pessoa. Logo, dizer que “Deus consiste em três Pessoas” é puro politeísmo, fruto do paganismo greco-romano que tão cedo se alastrou no Cristianismo. Quem crê em três Pessoas da Trindade está, na verdade, crendo em três deuses, o que é inconcebível à luz das Escrituras. De fato, não existe nenhum versículo na Bíblia em que apareça a palavra “Trindade”, bem como não há texto nas Escrituras prescrevendo que existem “Três Pessoas”. Então, como explicar o Pai, o Filho e a Ruach (Espírito)? Resposta: ETERNO é UM, mas se manifesta como Pai, Filho e Ruach (Espírito). As Escrituras alumiam as seguintes verdades:
YHWH é um (echad), apenas 01 (uma) Pessoa (Devarim/Deuteronômio 6:4; Yochanan Marcus/Marcos 12:29);
o Pai é YHWH (Bereshit/Gênesis 1:1; Yeshayahu/Isaías 63:16 e 64:7 ou, nas versões cristãs, 64:8);
Yeshua HaMashiach é YHWH (Yeshayahu/Isaías 9:5-6 ou, nas versões cristãs, 9:6-7; Yochanan/João 1:1 e 14; Filipissayah/Filipenses 2:11 em aramaico; vide também todos os textos já apresentados ao longo deste estudo);
a Ruach HaKodesh (espírito de santidade/“Espírito Santo”) é YHWH (Bereshit/Gênesis 1:2; Yeshayahu/Isaías 63:1-11 e Tehilim/Salmos 51:1-11).
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